Quem sou eu

Jornalista e pesquisador paratiense. Desde 2013, publico entrevistas, artigos de opinião e reportagens sobre cultura e sociedade em diferentes veículos de comunicação brasileiros impressos e digitais, como O Globo, UOL, The Intercept Brasil, Extra e Reverb. Mestre em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio (2020). Atualmente, também colaboro com a Casa da Cultura de Paraty.

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jeen-yuhs: o que aprendemos sobre Kanye West na trilogia da Netflix

Ex-humorista e apresentador de um programa televisivo sobre hip hop no fim dos anos 1990, o videomaker Clarence “Coodie” Simmons conseguiu registrar aspectos menos conhecidos da personalidade de Ye em jeen-yuhs: Uma Trilogia Kanye. Junto com Chike Ozah, seu parceiro criativo, ele reuniu material de arquivo capturado ao longo das duas décadas em que conviveu nos bastidores com o autor de College Dropout. Coodie foi um dos primeiros a apostar no talento do rapper. Na época, Kanye era apenas um jo

A expressão do jongo e do rap no Quilombo do Campinho, em Paraty

A pouco mais de 20 quilômetros do centro histórico de Paraty, às margens da rodovia Rio-Santos, uma antiga tradição rural e uma manifestação urbana contemporânea convivem em perfeita sintonia. O jongo, dança trazida pelos africanos da diáspora, e o hip-hop, manifestação surgida nos guetos de Nova York, fazem parte da mesma trilha sonora original que embala os moradores do Quilombo do Campinho da Independência, reduto de resistência dos negros paratienses há séculos. Apesar de o hip-hop e o jongo estarem separados por algumas centenas de anos na genealogia da música negra no planeta, os grupos Realidade Negra e Jongo do Quilombo do Campinho surgiram praticamente ao mesmo tempo na cidade costeira do sul fluminense.

Vinil pirata: Cópias grosseiras de LPs raros são vendidas como originais e revoltam colecionadores

Em “Vinil verde” (2004), curta de horror de Kleber Mendonça Filho, uma menina ganha da mãe uma caixa com vinis coloridos. O presente vem com apenas uma regra: o disco verde não pode ser ouvido. A curiosidade infantil logo supera a proibição, e a música que ecoa pela casa traz consequências sinistras para a família. No Brasil de 2021, vinis verdes proibidos também vêm aterrorizando colecionadores desavisados. Uma rede de pirataria na internet inunda o mercado com cópias grosseiras de álbuns raros

Em Paraty (RJ), jovens mestres cirandeiros lutam para manter as tradições

Em Paraty (RJ), a covid-19 também ameaça o caranguejo — não o crustáceo que vive nos mangues da cidade, mas a tradicional ciranda caiçara que leva o seu nome. A coreografia exige constante troca entre os pares. É, por isso, pouco indicada para esses tempos de isolamento social. A imensa maioria dos cirandeiros de Paraty já tem cabelos brancos e está prestes a se aposentar. A pandemia obrigou os idosos a se resguardar, e levou os mais jovens a se desdobrar para garantir a manutenção dos ritmos que embalam os eventos sagrados e profanos do território paratiense.

Como a escritora negra Conceição Evaristo perdeu sua cadeira na ABL

A Academia Brasileira de Letras elegeu nesta quinta Cacá Diegues para a cadeira número 7. Cacá vai substituir o cineasta Nelson Pereira do Santos e derrotou outros dez candidatos, entre eles Conceição Evaristo, a escritora negra que decidiu desafiar a instituição. Aos 71 anos, a mineira optou por uma espécie de anticandidatura e causou incômodo ao dispensar a bajulação habitual para ganhar votos dos imortais que frequentam o “clube de amigos”. Sua derrota era esperada: Evaristo entrou na disputa para expor a falta de representatividade negra e feminina na centenária academia. Recebeu apenas um voto. Cacá, 22, e Pedro Corrêa do Lago, neto de Oswaldo Aranha, outros 11 votos.

Sociedade

Em Paraty (RJ), jovens mestres cirandeiros lutam para manter as tradições

Em Paraty (RJ), a covid-19 também ameaça o caranguejo — não o crustáceo que vive nos mangues da cidade, mas a tradicional ciranda caiçara que leva o seu nome. A coreografia exige constante troca entre os pares. É, por isso, pouco indicada para esses tempos de isolamento social. A imensa maioria dos cirandeiros de Paraty já tem cabelos brancos e está prestes a se aposentar. A pandemia obrigou os idosos a se resguardar, e levou os mais jovens a se desdobrar para garantir a manutenção dos ritmos que embalam os eventos sagrados e profanos do território paratiense.

Pesquisador da USP explica como algoritmos podem conter as próximas pandemias

RIO — O professor Alexandre Chiavegatto Filho ganha a vida ensinando as máquinas – enquanto ensina seus alunos a fazerem o mesmo. Diretor do Laboratório de Big Data e Análise Preditiva em Saúde (Labdaps), da Universidade de São Paulo (USP), o pesquisador acredita que a inteligência artificial terá um papel decisivo no combate às próximas pandemias. Atualmente, o economista com doutorado em Saúde Pública coordena dois projetos de pesquisa relacionados à Covid-19.

Como a escritora negra Conceição Evaristo perdeu sua cadeira na ABL

A Academia Brasileira de Letras elegeu nesta quinta Cacá Diegues para a cadeira número 7. Cacá vai substituir o cineasta Nelson Pereira do Santos e derrotou outros dez candidatos, entre eles Conceição Evaristo, a escritora negra que decidiu desafiar a instituição. Aos 71 anos, a mineira optou por uma espécie de anticandidatura e causou incômodo ao dispensar a bajulação habitual para ganhar votos dos imortais que frequentam o “clube de amigos”. Sua derrota era esperada: Evaristo entrou na disputa para expor a falta de representatividade negra e feminina na centenária academia. Recebeu apenas um voto. Cacá, 22, e Pedro Corrêa do Lago, neto de Oswaldo Aranha, outros 11 votos.

Música

A expressão do jongo e do rap no Quilombo do Campinho, em Paraty

A pouco mais de 20 quilômetros do centro histórico de Paraty, às margens da rodovia Rio-Santos, uma antiga tradição rural e uma manifestação urbana contemporânea convivem em perfeita sintonia. O jongo, dança trazida pelos africanos da diáspora, e o hip-hop, manifestação surgida nos guetos de Nova York, fazem parte da mesma trilha sonora original que embala os moradores do Quilombo do Campinho da Independência, reduto de resistência dos negros paratienses há séculos. Apesar de o hip-hop e o jongo estarem separados por algumas centenas de anos na genealogia da música negra no planeta, os grupos Realidade Negra e Jongo do Quilombo do Campinho surgiram praticamente ao mesmo tempo na cidade costeira do sul fluminense.

Vinil pirata: Cópias grosseiras de LPs raros são vendidas como originais e revoltam colecionadores

Em “Vinil verde” (2004), curta de horror de Kleber Mendonça Filho, uma menina ganha da mãe uma caixa com vinis coloridos. O presente vem com apenas uma regra: o disco verde não pode ser ouvido. A curiosidade infantil logo supera a proibição, e a música que ecoa pela casa traz consequências sinistras para a família. No Brasil de 2021, vinis verdes proibidos também vêm aterrorizando colecionadores desavisados. Uma rede de pirataria na internet inunda o mercado com cópias grosseiras de álbuns raros

O rap sóbrio de Black Alien é, antes de tudo, sarcástico e sincero

RIO — Nos dois primeiros volumes de "Babylon by Gus", lançados em 2004 e 2015, Black Alien se estabeleceu como um arguto cronista, um raggaman que observava o caos da Babilônia a partir da beira do cais. Em "Abaixo de zero: Hello hell" ele aponta a lírica beretta para o próprio peito. Ao longo das nove faixas de seu novo álbum, Gustavo Ribeiro olha para dentro, encara os próprios demônios e medita sobre a batalha contra os vícios. "Meu fígado não concordou com meu estilo de vida/ Meu cérebro acordou, tirou meu bloco da avenida", resume em "Take ten".

Mano Brown: 'Quem me critica é carcereiro, eu sou ladrão'

RIO - Os Racionais MC's costumam se apresentar como os "quatro pretos mais perigosos do Brasil". Em um inesperado encontro, o líder do grupo, Mano Brown, juntou-se a Naldo Benny para participar do mais recente disco do funkeiro carioca, "#Sarniô". Depois de um passeio a bordo de um BMW, o rapper paulistano encontrou um jeito semelhante para definir a parceria: "Dois pretos num BM: Benny e Brown, Brown e Benny". Somada à ostentação, a aproximação com um nome abertamente pop irritou a ala fundamentalista do mundo do rap: "Os caras que criticam são carcereiros, eu sou ladrão. Pulo o muro e vou embora. Gravei com o Naldo e 'roubei a brisa' deles”.

Livros

Valter Hugo Mãe: 'Ao ser uma conclusão da vida, a morte é uma caricatura'

RIO - A rotina de feiras, debates e residências literárias fez escritores se tornarem rematados viajantes. Até dezembro, o português Valter Hugo Mãe só passará duas semanas em Vila do Conde, a pequena cidade onde mora, a três horas de Lisboa. O escritor, que veio ao Rio para participar de um debate promovido pelo Ciclo Ato Criador na última terça-feira, parte em breve para Boston, nos EUA. Ele aceitou um convite da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento e passará dois meses longe de casa a fim de terminar seu próximo romance. O livro, que ainda não tem título, deve ser publicado no ano que vem.

Editor de nomes conservadores, Carlos Andreazza se firma como voz dissonante do mercado de livros

RIO - Na infância, Carlos Andreazza bebericava o uísque do avô Mário, ministro dos Transportes de três governos da ditadura militar. Na adolescência, era titular no meio de campo do time de futebol do Jockey Club Brasileiro e discutia com professores que o perseguiam por conta do sobrenome “maldito”. Mais velho, quando cursou Jornalismo na PUC-Rio, fundou um site para discutir cultura e política. Aos 35, o editor de não ficção e literatura brasileira da Record é uma das vozes mais dissonantes do do mercado editorial: brigou com a Festa Literária Internacional de Paraty, execrou publicamente os livros de colorir e dá de ombros para quem o critica e o chama de “editor dos liberais e conservadores”.

Zé Kléber, o beatnik de Paraty

Único autor a batizar uma mesa na Flip, o paratiense Zé Kléber é um desconhecido para a maioria dos turistas que visitam a festa literária. Homenageado anualmente pela organização com um evento especial que discute a cidade e suas políticas públicas, ele sacudiu, ainda na década de 1960, as estruturas conservadoras de uma Paraty provinciana. Hoje, no evento que leva seu nome, o músico Gilberto Gil e a historiadora Marina de Mello e Souza participam do debate “Culturas locais e globais”, às 14h30. José Kléber Martins Cruz, nascido em 1932 e morto em 1989, deixou dois livros publicados, um compacto com suas músicas e incontáveis histórias sobre sua vida. Além de ator, escritor e músico, destacou-se como ativista político.

Arquivo Livros

Como a escritora negra Conceição Evaristo perdeu sua cadeira na ABL

A Academia Brasileira de Letras elegeu nesta quinta Cacá Diegues para a cadeira número 7. Cacá vai substituir o cineasta Nelson Pereira do Santos e derrotou outros dez candidatos, entre eles Conceição Evaristo, a escritora negra que decidiu desafiar a instituição. Aos 71 anos, a mineira optou por uma espécie de anticandidatura e causou incômodo ao dispensar a bajulação habitual para ganhar votos dos imortais que frequentam o “clube de amigos”. Sua derrota era esperada: Evaristo entrou na disputa para expor a falta de representatividade negra e feminina na centenária academia. Recebeu apenas um voto. Cacá, 22, e Pedro Corrêa do Lago, neto de Oswaldo Aranha, outros 11 votos.

Em novo livro, Rodrigo Lacerda usa até a linguagem científica para explorar a natureza

RIO — Em “Concurso”, um dos dez contos reunidos por Rodrigo Lacerda em “Reserva natural” (Companhia das Letras), o narrador escreve: “Durante a noite, numa floresta, você ouve sons produzidos por milhares de animais — dos grandes aos mínimos, dos carnívoros aos herbívoros, dos terrestres aos voadores.” Foi coletando e reproduzindo as vozes de uma imensa fauna que o escritor estruturou o seu mais recente trabalho. O título do livro carrega uma duplicidade. “Reserva natural” pode ser tanto uma es

Flip abre 15ª edição em versão enxuta e recorre a espaço da Igreja Matriz

PARATY — A Flip está entre nós, e nada — ou quase nada — faltará nesta 15ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). A dúvida sobre seu andamento se deve às mudanças provocadas pela crise financeira, que diminuiu a verba de patrocínio e obrigou a organização da festa a readequar os espaços da programação. Com isso, a Flip apelou, literalmente, a Deus. As 18 principais mesas de debates acontecerão dentro da Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, espaço histórico de Paraty,

Educação é o tema principal de 'O árabe do futuro 2'

RIO — O primeiro dia de aula costuma ser um evento marcante na vida de qualquer criança. O primeiro dia de aula em um colégio público na Síria do ditador Hafez Al-Assad (1930-2000), então, nem se fala. No segundo livro da trilogia “O árabe do futuro”, publicada no Brasil pela Intrínseca, a educação, dentro e fora do ambiente escolar, é a maior protagonista. Doutrinação patriótica, castigos físicos aplicados por professores e brincadeiras violentas estavam no cotidiano dos estudantes retratados

A nova viagem de Erik Larson: escritor traz à tona naufrágio do Lusitânia

RIO - Há cem anos, nas águas do Atlântico Norte, 1.200 pessoas foram vítimas de uma lógica militar que vive até hoje nas cucas tenebrosas de radicais e terroristas: a ideia de que alvos civis podem ser valiosos em tempos de conflito. Um suntuoso transatlântico afundado por um submarino alemão em 1915, nos idos da Primeira Guerra, é o tema de “A última viagem do Lusitânia” (Intrínseca), mais recente livro do americano Erik Larson. — Meu principal objetivo foi embarcar os leitores naquele navio d

Autor sueco lança novo livro da saga 'Millennium' e diz que não será Stieg Larsson para sempre

RIO - Quando aceitou continuar a escrever a série “Millennium” (Companhia das Letras), sucesso editorial criado por Stieg Larsson que vendeu 80 milhões de cópias até hoje, o jornalista sueco David Lagercrantz sabia que a tarefa traria doses iguais, e altíssimas, de expectativa e responsabilidade. Ao todo, foram impressos 2,7 milhões de exemplares do novo volume da saga protagonizada por Lisbeth Salander. “A garota na teia de aranha” chegou às livrarias ontem e foi publicado simultaneamente por 2

Ronaldo Correia de Brito volta a refletir sobre o sertão em novo livro

RIO - Ronaldo Correia de Brito situa “O amor das sombras” (Alfaguarra) dentro de uma tetralogia. Para ele, seu mais recente livro está junto a “Faca” (Cosac Naify), de 2003; “Livro dos Homens" (Cosac Naify), de 2005; e “Galileia” (Alfaguarra), de 2008. Todos, segundo ele, compartilham a mesma “unidade de atmosfera”: encontram no sertão nordestino um ponto de apoio. Em “O amor das sombras”, o ambiente continua a passar por um processo de urbanização incompleta. O sertão observa o crescimento des

Valter Hugo Mãe: 'Ao ser uma conclusão da vida, a morte é uma caricatura'

RIO - A rotina de feiras, debates e residências literárias fez escritores se tornarem rematados viajantes. Até dezembro, o português Valter Hugo Mãe só passará duas semanas em Vila do Conde, a pequena cidade onde mora, a três horas de Lisboa. O escritor, que veio ao Rio para participar de um debate promovido pelo Ciclo Ato Criador na última terça-feira, parte em breve para Boston, nos EUA. Ele aceitou um convite da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento e passará dois meses longe de casa a fim de terminar seu próximo romance. O livro, que ainda não tem título, deve ser publicado no ano que vem.

Editor de nomes conservadores, Carlos Andreazza se firma como voz dissonante do mercado de livros

RIO - Na infância, Carlos Andreazza bebericava o uísque do avô Mário, ministro dos Transportes de três governos da ditadura militar. Na adolescência, era titular no meio de campo do time de futebol do Jockey Club Brasileiro e discutia com professores que o perseguiam por conta do sobrenome “maldito”. Mais velho, quando cursou Jornalismo na PUC-Rio, fundou um site para discutir cultura e política. Aos 35, o editor de não ficção e literatura brasileira da Record é uma das vozes mais dissonantes do do mercado editorial: brigou com a Festa Literária Internacional de Paraty, execrou publicamente os livros de colorir e dá de ombros para quem o critica e o chama de “editor dos liberais e conservadores”.

'Mãe dos poetas moçambicanos', Noémia de Sousa segue inédita no Brasil

RIO - Quando o escritor pernambucano Marcelino Freire deixou a última mesa da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), depois de emocionar a plateia ao ler um poema da moçambicana Noémia de Sousa, foi logo cercado pelos colegas. O queniano Ngugi wa Thiong’o e o irlandês Cólm Tóibín queriam mais. Autor de “Contos negreiros” (Record), Freire encantou o público e os escritores com o texto “Súplica”, retirado do único livro publicado por ela em vida, “Sangue negro”, que ainda é inédito no Bra

Lançando novo livro, Colm Tóibín lembra com carinho da primeira participação na Flip, em 2004

PARATY — A plateia entusiasmada da segunda edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) impressionou Colm Tóibín. O irlandês esteve na cidade em 2004, quando a celebração ainda rumava para se tornar a maior do gênero no Brasil. Depois de onze anos, ele encontrará um evento esvaziado, com orçamento reduzido e que perdeu uma de suas principais atrações. Mas espera encontrar a mesma empolgação do público. O escritor fala nesta quinta na mesa 4, às 19h30, com mediação de Ángel Gurría-Qui

Stanišić: 'As pessoas muitas vezes celebram as coisas erradas, como vitórias nas guerras. É triste'

PARATY — O bósnio Saša Stanišić chegou a Alemanha aos 14 anos sem falar uma palavra do idioma de Goethe. O garoto fugia dos conflitos que se sucederam após a dissolução da Iugoslávia. Ele aprendeu rápido. Logo, os professores da escola para estrangeiros de Heidelberg, onde sua família se situou, ficaram impressionados com seus pequenos poemas e o incentivaram a continuar. Hoje, aos 38 anos, ele é tido como um dos mais promissores talentos da literatura alemã. Seus dois livros, “Como o soldado co

Correspondência dos derradeiros anos de Machado de Assis revela preocupação do escritor com a morte

RIO — “A morte levou muitos daqueles que eram conosco; possivelmente a vida terá levado também alguns outros, é seu costume dela, mas chegado ao fim da carreira é doce que nos anime a mesma voz antiga que nem a morte nem a vida fizeram calar”, escreve um convalescente Machado de Assis ao amigo de longa data Salvador de Mendonça em 7 de setembro de 1908. Redigida a 22 dias do fim, é a última carta do autor de “Memórias póstumas de Brás Cubas” de que se tem notícia. A morte é um dos principais pe

Fenômeno internacional, Karl Ove Knausgård lança ‘A ilha da infância’ no Brasil

RIO - Ao misturar realidade e ficção nos relatos dos primeiros anos da própria vida em “A ilha da infância” (Companhia das Letras), o terceiro volume de série “Minha Luta”, Karl Ove Knausgård leva ao limite a experiência iniciada em “A morte do pai”, lançado no Brasil em 2013. A autoficção empregada pelo norueguês no livro conquistou os leitores. Ao falar de si mesmo, encontrou eco em milhares de pessoas e se tornou um fenômeno editorial. Ao todo, o tour de force do romancista rendeu seis título

Após anúncio de fechamento, habitués retornam à Leonardo da Vinci e relembram histórias

RIO — “Estou me sentindo um abutre”, disse um cliente. “É sério que vocês vão fechar,?”, perguntou outro. “Meus pêsames, estou desolado”, falou mais um. Para todos, Milena Duchiade, de 60 anos, há quase 20 à frente dos negócios da Livraria Leonardo da Vinci, tinha uma resposta parecida: — Não tem que chorar. O importante, agora, é dar um bom destino aos livros. Na quinta feira, a livraria, localizada no Centro do Rio, nem parecia uma empresa que acabara de anunciar o fechamento de suas portas

Às vésperas dos 80 anos, Mauricio de Sousa projeta o futuro da Turma

RIO - Mônica, Cebolinha, Cascão e o resto da Turma fizeram as malas e viajaram do fictício bairro paulistano do Limoeiro até Gyeonggi-do, na Coreia do Sul. Os famosos personagens dos quadrinhos estão representados em dezenas de pinturas, esculturas e animações que preenchem 1.500m² do Museu de Arte Moderna da cidade. Homenagem aos 80 anos de Mauricio de Sousa (em 27 de outubro), a exposição será inaugurada hoje, com a presença do desenhista, e se estenderá até agosto. Nas paredes, além da histó

Zé Kléber, o beatnik de Paraty

Único autor a batizar uma mesa na Flip, o paratiense Zé Kléber é um desconhecido para a maioria dos turistas que visitam a festa literária. Homenageado anualmente pela organização com um evento especial que discute a cidade e suas políticas públicas, ele sacudiu, ainda na década de 1960, as estruturas conservadoras de uma Paraty provinciana. Hoje, no evento que leva seu nome, o músico Gilberto Gil e a historiadora Marina de Mello e Souza participam do debate “Culturas locais e globais”, às 14h30. José Kléber Martins Cruz, nascido em 1932 e morto em 1989, deixou dois livros publicados, um compacto com suas músicas e incontáveis histórias sobre sua vida. Além de ator, escritor e músico, destacou-se como ativista político.

Retrato do cartunista quando jovem

RIO - Em um quarto escuro, dois adolescentes decididos a vender as próprias almas evocam uma criatura mágica. Quando perguntados do que querem em troca, um pede uma prosaica barba enquanto outro vai muito mais longe e diz desejar a “igualdade entre as classes sociais e a liberdade sexual para todo cidadão de bem”. Assustado, o monstro hesita: “Por que não fazem a droga de um pedido pra alguém dessa idade? Faculdade, carros... mulheres”. A cena descrita acima faz parte do roteiro de “Barganha”,

Arquivo Música

A expressão do jongo e do rap no Quilombo do Campinho, em Paraty

A pouco mais de 20 quilômetros do centro histórico de Paraty, às margens da rodovia Rio-Santos, uma antiga tradição rural e uma manifestação urbana contemporânea convivem em perfeita sintonia. O jongo, dança trazida pelos africanos da diáspora, e o hip-hop, manifestação surgida nos guetos de Nova York, fazem parte da mesma trilha sonora original que embala os moradores do Quilombo do Campinho da Independência, reduto de resistência dos negros paratienses há séculos. Apesar de o hip-hop e o jongo estarem separados por algumas centenas de anos na genealogia da música negra no planeta, os grupos Realidade Negra e Jongo do Quilombo do Campinho surgiram praticamente ao mesmo tempo na cidade costeira do sul fluminense.

Em Paraty (RJ), jovens mestres cirandeiros lutam para manter as tradições

Em Paraty (RJ), a covid-19 também ameaça o caranguejo — não o crustáceo que vive nos mangues da cidade, mas a tradicional ciranda caiçara que leva o seu nome. A coreografia exige constante troca entre os pares. É, por isso, pouco indicada para esses tempos de isolamento social. A imensa maioria dos cirandeiros de Paraty já tem cabelos brancos e está prestes a se aposentar. A pandemia obrigou os idosos a se resguardar, e levou os mais jovens a se desdobrar para garantir a manutenção dos ritmos que embalam os eventos sagrados e profanos do território paratiense.

Rock in Rio: sopra o vento do rap brasileiro

RIO - O encontro das melodias sofisticadas da Nova Orquestra com as rimas refinadas de Rael, Rincon Sapiência, Baco Exu do Blues e Agir no palco Sunset recebeu um nome que combina perfeitamente com o prestígio alcançado pelo rap no line-up deste Rock in Rio: Hip Hop Hurricane. Afinal, 2019 é o ano em que os toca-discos e microfones dos DJs e MCs varrem a Cidade do Rock como um furacão. LEIA MAIS: Rock in Rio: ‘Não quero ser mais um a falar de problemas do país’, diz Rael, atração desta quinta

O rap sóbrio de Black Alien é, antes de tudo, sarcástico e sincero

RIO — Nos dois primeiros volumes de "Babylon by Gus", lançados em 2004 e 2015, Black Alien se estabeleceu como um arguto cronista, um raggaman que observava o caos da Babilônia a partir da beira do cais. Em "Abaixo de zero: Hello hell" ele aponta a lírica beretta para o próprio peito. Ao longo das nove faixas de seu novo álbum, Gustavo Ribeiro olha para dentro, encara os próprios demônios e medita sobre a batalha contra os vícios. "Meu fígado não concordou com meu estilo de vida/ Meu cérebro acordou, tirou meu bloco da avenida", resume em "Take ten".

Vímana: a banda que juntou Lobão, Lulu Santos e Ritchie e nunca lançou um disco

Em 1976, três personagens que agitariam a música brasileira a partir dos anos 1980 se reuniram no Estúdio Level, em Botafogo, para gravar um disco que jamais veio a público. Jovens e relativamente desconhecidos, Lulu Santos (guitarra), Ritchie (vocais e flauta) e Lobão (bateria) formavam o Vímana, ao lado de Luiz Paulo Simas (sintetizadores e teclado) e Fernando Gama (baixo). O nome da , palavra do sânscrito usada para descrever as carruagens de fogo dos deuses, não poderia ser mais adequado par

'Tutti-Frutti', primeiro disco de Rita Lee depois dos Mutantes, ainda é cercado de mistérios

O ano era 1973. De saída dos Mutantes, Rita Lee estava ávida para mostrar ao mundo que existia vida inteligente longe da influência dos irmãos Arnaldo Baptista e Sérgio Dias. Ela resistiu à pressão da gravadora, que desejava vê-la seguir em carreira solo, e convidou a amiga Lucinha Turnbull para formar a dupla Cilibrinas do Éden. Apesar da curta duração, o encontro entre a cantora e a primeira guitarrista profissional do Brasil ainda é cercado por certa aura de mistério e indefinição. Batizado d

Disco 'perdido' de blues gravado por Cássia Eller e Victor Biglione continua fora de circulação

No início dos anos 1990, a música brasileira testemunhou o feliz encontro do virtuosismo de um guitarrista veterano com a rebeldia de uma voz iniciante. A parceria, cujo repertório se escorava nos grandes clássicos do blues e do hard rock para decolar, rendeu frutos como as apresentações memoráveis no Circo Voador, Jazz Mania e Free Jazz Festival, importantes palcos cariocas, entre 1991 e 1992, e a gravação de especiais para o rádio e TV (como, por exemplo, o clipe de "Mercedes Benz", de Janis J

O 'unicórnio' da Portela: álbum raro da escola de samba carioca será lançado após 60 anos de esquecimento

A história fonográfica da Música Popular Brasileira pode ser comparada a um imenso jogo de quebra-cabeças, em que cada disco é uma peça. Ao longo do tempo, no entanto, algumas dessas partes se perderam, seja por decisão de gravadoras, empresários ou por vontade dos próprios artistas. Nas próximas semanas, o Reverb vai remontar algumas delas. A série de reportagens "Discografia Perdida da MPB" recuperou os bastidores da criação de álbuns nunca lançados por artistas como Rita Lee, Cássia Eller e Lulu Santos. Apesar de terem sido gravados, esses projetos jamais viram a luz do dia e hoje estão esquecidos em estantes empoeiradas de acervos particulares, tornando-se objeto de desejo dos colecionadores e caçadores de relíquias.

Tipo Importação: A fortíssima cena hip-hop de Portugal

Já faz algum tempo que o hip-hop foi abraçado pelo mainstream e que os toca-discos também giram de acordo com as vontades do mercado da música. Em Portugal, o cenário não é diferente: o gênero se afirmou como o som das massas e novos rappers locais, como Slow J, Wet Bed Gang e Holly Hood, atingiram milhões de visualizações — popularidade inimaginável há três décadas, quando o movimento começou em algum lugar entre Chelas e Miratejo. Naquelas comunidades suburbanas situadas nas franjas de Lisboa,

Tipo Importação: Saiba mais sobre a cena musical portuguesa

Se você já esteve em Portugal, queridinho atual dos turistas brasileiros, deve ter notado que os lusos são apaixonados pela MPB. Acordes dos violões de Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil podem ser ouvidos a qualquer momento, seja como trilha sonora de uma pequena tasca de Alfama ou no rádio de um táxi a caminho de Vila Nova de Gaia. Não é possível, no entanto, dizer o contrário. Apesar de compartilhar o mesmo idioma, o brasileiro médio conhece muito pouco da música produzida do outro l

Tipo Importação: A eletrônica pensante e dançante do português Moullinex

O DJ português Moullinex tem uma certeza: a música eletrônica existe para fazer dançar e para fazer pensar. É por isso que ele define “Hypersex”, seu mais recente álbum, como uma carta de amor à “cultura dos clubes” e também como um manifesto por um mundo “com espaço para todos, a despeito de sua origem, visão política, raça, gênero e sexualidade". Cheio de influências como house, soul, MPB e jazz, o disco recebeu elogios da crítica de Portugal e rendeu ao músico convites para se apresentar em f

Tipo Importação: Portugal recebe mais de 250 festivais de música por ano

Este ano, os Arctic Monkeys se apresentaram em Algés. Shawn Mendes foi até Zambujeira do Mar. Joey Bada$$ rimou em Ericeira. Já o Arcade Fire esteve em Paredes de Coura. A presença de nomes do primeiro time do showbiz internacional no interior português não é fortuita. O país tem uma cultura rica e diversa de festivais de música, que não se limitam apenas às zonas urbanas mais adensadas, como Lisboa ou Porto. Só em 2018, foram 274 eventos do tipo, espalhados de norte a sul pelo território luso.

Primeiro álbum de Cartola comemora 40 anos

Quando ouve os suaves acordes de “Disfarça e chora”, Denílson Moreira, biógrafo de Cartola, imediatamente se lembra dos detalhes da nada amena história que precedeu o lançamento do primeiro disco do sambista, gravado há 40 anos. Apesar de ser um respeitado compositor desde os anos 1930, o fundador da Mangueira só conseguiu gravar um trabalho solo aos 65 anos. E, mesmo assim, o público brasileiro por pouco não pôde escutar o LP que reúne “O sol nascerá” e “Alvorada” e se tornou um dos maiores clá

Análise: Pulitzer para Kendrick Lamar mostra força política da obra do rapper

RIO — A radical escolha de Kendrick Lamar para ocupar um lugar antes reservado às cabeças reluzentes da música de concerto e aos virtuoses do jazz finaliza a metamorfose que o prêmio Pulitzer de música sofreu nos últimos 15 anos. Escolhido pelo álbum “DAMN.”, o rapper de Compton, Califórnia, não é apenas o primeiro artista do hip-hop a receber a honraria, ele é o primeiro nome da música popular a ser eleito. Apesar de ter concedido menções honrosas a Bob Dylan e a Hank Williams ao longo de sua

Crítica: Na I Parada do Orgulho Negro Gay, Rico Dalasam sai bem na foto

RIO — Na foto escolhida para estampar a capa de seu primeiro disco, Rico Dalasam posa como se estivesse em um editorial de moda da “Vogue”, com o título “Orgunga” escrito na mesma tipografia da revista. Para o múltiplo rapper paulista, que já deu expediente como cabeleireiro, as rimas e as batidas importam tanto quanto o penteado, o figurino e o carão. Na música pop, a compreensão integral da produção artística é uma grande vantagem. Ao aprofundar alguns elementos apresentados no EP “Modo diver

Crítica: 'Abra sua cabeça', da Abayomy, é guiado por Pupillo e Tony Allen

RIO — Se a bateria é responsável pelo andamento de uma música, coube a dois bateristas dar o ritmo de “Abra sua cabeça”. A identidade do segundo álbum da Abayomy Afrobeat Orquestra passa por Pupillo e Tony Allen. O pernambucano, que defende o estandarte da Nação Zumbi, produziu o disco. É ele o responsável por ajudar o grupo — que conta com 13 integrantes, como Gustavo Benjão, Fábio Lima e Alexandre Garnizé — na tentativa de criar um acento brasileiro para o afrobeat. Essa transição, expressa n

Vinil sob medida: fábricas fazem sucesso com discos personalizados

RIO — No festival de bandas independentes, a banca de vinis oferece que o fã escolha duas atrações escaladas e monte um compacto em vinil, cada uma de um lado — em duas semanas o comprador recebe o produto, único, em casa. Noutra loja, um disco quadrado, sem capa, com uma arte pintada diretamente nele, confunde as fronteiras entre música e arte visual — você pode pendurá-lo na parede ou pôr pra rodar na vitrola. A produção artesanal de vinil tem impactado a cena independente não só pelas possib

Dez anos após primeiro disco, Criolo lança nova versão de ‘Ainda há tempo’

RIO — Quando lançou “Ainda há tempo”, em 2006, Criolo ainda era Doido. O músico, que na época carregava o adjetivo no nome artístico, organizava a Rinha dos MCs em São Paulo e era um nome influente apenas no cena hip-hop. Uma década depois, aos 40 anos, Criolo extrapolou o rap, fez dois bem-sucedidos discos misturando a sonoridade afro-brasileira às rimas, e gravou um álbum de duetos com Ivete Sangalo em homenagem a Tim Maia. Decidiu, então, que era hora de voltar ao começo. Ou, como diria Kanye
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Ainda embrionários no Brasil, centros de formação na Argentina já rendem frutos

RIO - Há pouco menos de um mês, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou a construção de 15 Centros de Treinamento financiados pela Fifa, com o intuito de fomentar o futebol em diversos pontos do país. Da promessa difusa da CBF de investir algo próximo a R$ 100 milhões doados pela entidade máxima do futebol, surgiram dúvidas. Ainda não são conhecidos, por exemplo, os modelos de gestão e a metodologia de cada um dos CTs. Se pouca coisa foi definida por aqui, na Argentina um projeto sem

‘Se pensar nos problemas que temos no nosso futebol, a Alemanha fez poucos gols’, diz Romário

RIO - Se cada um dos problemas do futebol brasileiro fosse transformado em um gol da Alemanha, o vexame sofrido pela seleção de Scolari no Mineirão seria ainda maior do que os 7 a 1. A opinião é do senador Romário (PSB) que, à beira da piscina de um condomínio no bairro carioca da Barra da Tijuca, detonou o futebol brasileiro, dentro e fora das quatro linhas. Dono de uma votação recorde (mais de 4,6 milhões de eleitores o escolheram), o ex-camisa 11 do Brasil conversou com o “Globo a Mais” para

Jovens andarilhos do planeta bola: promessas se aventuram em países periféricos do futebol

RIO - O time sub-19 do Fluminense se sagrou bicampeão do Torneio de Oberndoff, disputado na Alemanha, ao vencer o SC Freiburg por 1 a 0 em 27 de julho. O tricolor carioca voltou ao Brasil com a taça, mas sem o autor do gol do título. O atacante Danilo Mariotto, um dos melhores do certame, aceitou proposta do Volyn, clube que ocupa a modesta 8ª posição no campeonato ucraniano e, dois dias depois da final, voou para o país do Leste Europeu com as malas que fizera para a viagem ao lado da delegação

A base que deforma: Brasil repete erros no processo de revelação de jogadores

RIO - Na manhã de 23 de agosto, cerca de 15 pessoas tentavam, curvadas, espiar algo que se passava dentro do Caio Martins, em Niterói, por meio de buracos enferrujados de um grande portão de acesso ao estádio administrado pelo Botafogo. Eram pais que, proibidos de entrar, tentavam apoiar os filhos aspirantes a craque— e ao mesmo tempo, visualizar se havia algum futuro na aventura. Eles acompanhavam o processo de seleção para as categorias de base do alvinegro, cuja equipe profissional paga seus

Cobrança sobre atletas olímpicos aumenta e vira preocupação após vexame na Copa do Mundo

RIO - Arthur Zanetti não tem nenhuma relação direta com o técnico Luiz Felipe Scolari. Mas sofre as consequências da excessiva confiança, alimentada pelo treinador de futebol e pelo comando da CBF, na frustrada conquista do hexacampeonato. O resultado na Copa recém-encerrada aumentou a responsabilidade do ginasta campeão olímpico em 2012 na difícil luta pelo bi em casa. Ele, que também conquistou o Mundial em 2013, revela ter recebido cobranças nas ruas para não repetir o mau papel do time canar

Tinga: ‘Falamos de igualdade, mas escondemos preconceito’

RIO - “Vamos falar de qualquer coisa que não seja futebol”, pede Tinga ao atender o telefone. Com a serenidade que demonstrou dentro de campo ao longo da carreira, Paulo Cesar Fonseca do Nascimento quer falar sobre preconceito, política e educação em entrevista ao GLOBO. Vítima de racismo no primeiro jogo do Cruzeiro pela Copa Liberadores, no Peru, ele faz questão de salientar que a sociedade brasileira está longe de estar livre do problema. E vai além: diz que o seu caso é mais um entre as deze

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Manter saúde mental em dia é desafio para pessoas LGBTQIAP+, dizem participantes de encontro

RIO - Bullying, falta de acolhimento familiar, violência e barreiras no mercado de trabalho são opressões recorrentes no cotidiano de pessoas LGBTQIAP+. Uma pesquisa divulgada esta semana pelo coletivo #VoteLGBT revelou que, durante a pandemia, a situação ainda se agravou: 55% informaram que tiveram piora no equilíbrio psíquico. A busca pelo bem-estar diante desses desafios foi justamente o tema da live “Saúde mental LGBTQIAP+: o acolhimento às agressões diárias sofridas pela população”, realizada pelo jornal O GLOBO com oferecimento da SulAmerica.

Em live, especialistas explicam como setor produtivo ganha com inclusão LGBTQIAP+

RIO - A contratação de membros da comunidade LGBTQIAP+ — e de outros grupos historicamente preteridos — para cargos de diferentes níveis hierárquicos é um bom negócio para o ambiente profissional. Além de ser eticamente defensável, a decisão garante mais eficiência e inovação nas corporações, afirmaram na segunda-feira os participantes da live “Mercado de trabalho: o papel das empresas para garantir diversidade em suas equipes e o respeito por funcionários LGBTQIAP+”.

Mais de 500 mil médicos brasileiros já adotaram sistema para prescrição remota

RIO - A velha receita médica de papel, de via única e, muitas vezes, letra ininteligível, abriu espaço para uma versão mais moderna no último ano. A prescrição digital foi uma das mudanças aceleradas pela vida remota imposta pela pandemia. Desdobramento natural das consultas por vídeo, a digitalização da papelada de saúde deve seguir firme em tempos pós-pandêmicos, prevêem especialistas.

Startups de tecnologia batem recorde histórico anual de investimentos

RIO - Em tempos pandêmicos, as soluções inovadoras na área da saúde ganharam novo fôlego entre médicos, pacientes e investidores. Prova disso é o crescimento recente das healthtechs, as startups de tecnologia do setor, que em maio bateram o recorde histórico anual de investimentos no Brasil. Ao todo, US$ 111,1 milhões (cerca de R$ 580 milhões) foram destinados a empresas nacionais que atuam nesse campo em 2021. Os dados integram o mais recente relatório distribuído pela plataforma Distrito.

Pesquisador da USP explica como algoritmos podem conter as próximas pandemias

RIO — O professor Alexandre Chiavegatto Filho ganha a vida ensinando as máquinas – enquanto ensina seus alunos a fazerem o mesmo. Diretor do Laboratório de Big Data e Análise Preditiva em Saúde (Labdaps), da Universidade de São Paulo (USP), o pesquisador acredita que a inteligência artificial terá um papel decisivo no combate às próximas pandemias. Atualmente, o economista com doutorado em Saúde Pública coordena dois projetos de pesquisa relacionados à Covid-19.

Após sucesso de ‘Choque de cultura’, Caito Mainier estará em três filmes em 2018

RIO — Até 2016, Caito Mainier acreditava que escrever e atuar eram atividades paralelas ao seu trabalho como educador. A repercussão de “Lady night” e de “Choque de cultura” transformou essa realidade. O roteirista de Niterói parou de dar aulas em cursos técnicos, mudou-se para São Paulo para ser um dos redatores-chefes do premiado programa de Tatá Werneck no Multishow e viu o motorista de van Rogerinho do Ingá, personagem que interpreta na atração no YouTube, transformar-se em uma sensação da i

Festivais culturais resistem à crise em Paraty

PARATY — A Flip não foi a única festa paratiense a sofrer o impacto da crise econômica que atingiu o país nos últimos tempos. Outros eventos culturais realizados na cidade histórica também foram afetados pela fuga de patrocinadores e enfrentam dificuldades. Para tentar compensar a falta de apoio privado, o governo municipal e os produtores a se movimentaram para garantir que o calendário cultural não definhasse.

Em ‘Romance moderno’, Aziz Ansari investiga afetos na era digital

RIO — Aziz Ansari já lotou o Madison Square Garden, gigantesco complexo de entretenimento em Nova York, com seu solo de comédia duas vezes. Aziz Ansari foi aclamado pela crítica por conta de “Master of none”, série original da Netflix que ele idealizou e protagonizou. Aziz Ansari, diz a imprensa americana, recebeu um adiantamento de US$ 3,5 milhões (cerca de R$ 12,3 milhões) para escrever “Romance moderno — Uma investigação sobre relacionamentos na era digital”, que a editora Paralela, selo da C

Vale-cultura: MinC propõe diminuir a meta de beneficiados

RIO - O Ministério da Cultura (MinC) decidiu propor a revisão de uma meta apresentada pelo próprio gabinete para o vale-cultura. No Plano Nacional de Cultura (PNC), aprovado em 2010 durante a primeira gestão de Juca Ferreira, o governo planejava ter 12 milhões de trabalhadores cadastrados no programa até o fim de 2020. Como as adesões ao benefício trabalhista caminham com lentidão desde agosto de 2013, quando ele foi finalmente implementado, será proposta uma redução significativa: 3 milhões de

Fama digital, sucesso real: do YouTube ao papel

RIO - “Você é de verdade!”, exclamou uma fã ao abraçar Christian Figueiredo durante o lançamento de “Eu fico loko 2: as histórias que tive medo de contar” (Novas Páginas) na Bienal do Livro. Mais de mil leitores — a maioria deles crianças e adolescentes — faziam fila desde às 11h da última sexta-feira para abraçar o rapaz de 21 anos. O visual do autor, que ostentava um penteado moderno e vestia uma camiseta de tema floral, o fazia lembrar um integrante de uma boy band de sucesso.

Religioso, psolista Cabo Daciolo se elege deputado federal sem apoio do próprio partido

RIO - As primeiras palavras ditas por Benevenuto Daciolo Fonseca dos Santos no palco do auditório da Associação Brasileira de Imprensa, no Rio, foram “Glória a Deus. Toda honra e toda glória ao Senhor”. A audiência, que lotava o local, explodiu em palmas e gritos de incentivo. Na última sexta-feira, bombeiros, policiais militares, guardas municipais, garis e outros representantes de classe participaram da plenária que comemorou a eleição de Cabo Daciolo para deputado federal pelo Partido Sociali

Estudioso reconstrói Capitanias Hereditárias e afirma que livros escolares estão errados

RIO - Membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, o engenheiro Jorge Cintra fez uma descoberta que pode mudar os livros escolares. Em um artigo recente, ele contesta o mapa das Capitanias Hereditárias eternizado por Francisco Adolfo de Varnhagen, considerado o pai da historiografia nacional, e propõe mudanças significativas no seu desenho. A partir de documentos da época, Cintra, que leciona na Escola Politécnica da USP, conseguiu reconstruir com maior exatidão os limites das porçõe

Carioca cria flâmulas para todos os bairros da cidade

RIO - Espremido entre oito bairros da Zona Norte do Rio, o Jacaré não é — nem de longe — a vizinhança mais célebre da cidade. Mas foi a história da pequena localidade de cerca de nove mil habitantes, outrora um modesto complexo industrial, que levou Robson Letiere a empreender o ambicioso projeto Rio Bairros. — Em 2009 meu filho tinha 14 anos e me perguntou por que o Jacaré, onde a gente mora, tinha esse nome. Eu não soube responder na hora. Então, comecei a pesquisar para satisfazer a curiosid

Historiador de Paraty afirma que cidade inventou a caipirinha

RIO - Drinque mais famoso do Brasil, a caipirinha tem paternidade indeterminada e desperta paixões quanto à sua criação. Até hoje, duas correntes principais se dividiam quanto à invenção da célebre bebida. Enquanto uma sustenta que o feito é responsabilidade dos escravos, outra diz que ela era usada como remédio no interior do estado de São Paulo durante o surto de gripe espanhola em 1918. Porém, uma nova hipótese está sendo levantada por um historiador do interior do Rio. Para Diuner Melo, Par

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